
Tido como o pai do realismo no teatro moderno, Ibsen foi um dos grandes provocadores da literatura, com um olhar clínico e uma disposição aguerrida de encarar a hipocrisia e os tabus da convivência. Suas peças mostram sucessivas quebras de aparência, revelações incômodas e bruscas mudanças de situações – além de propor discussões de ordem moral.
Henrik Ibsen viveu boa parte da vida adulta longe da Noruega, morando na Itália e na Alemanha durante 27 anos, mas todas as suas obras se passam em seu país natal e foram escritas em norueguês. Nasceu em Skien, cidade portuária na qual seu pai controlava o embarque de madeira. Aos 7 anos, a falência dos negócios e o impacto psicológico sentido pela mãe se refletiram nos assuntos de suas peças, em que são comuns os problemas financeiros e os efeitos desagregadores provocados nas famílias.
Depois de fracassar na tentativa de iniciar estudos de medicina, Ibsen pôde exercitar sua vocação de dramaturgo e encenador ao se encarregar, por cinco anos, da direção artística de um teatro na cidade de Bergen. Nesse período, o autor se dedicava a um projeto romântico-nacionalista que gerou pelo menos uma peça célebre em versos, Peer Gynt (1867). A bancarrota do teatro de Bergen coincidiu com a adoção do veio realista que chamaria atenção além das fronteiras da Noruega. O marco dessa transição foi justamente Casa de bonecas.
Ibsen foi um dos abalos sísmicos que constituíram o grande terremoto trazido pelo modernismo à cultura ocidental. Nas palavras de Aimar Labaki, “para além de uma obra teatral responsável pela fundação do drama moderno, o trabalho de Ibsen criou, na linha de Freud, Darwin, Marx e Einstein, a base do que seria a consciência do homem ocidental no século xx”. É famosa a carta escrita a ele por um jovem James Joyce deslumbrado por suas inovações. E figuras cardeais do teatro do século XX, como George Bernard Shaw e Eugene O’Neill, reconheceram a dívida com Ibsen.
Dimensão | 17 x 24 cm |
Volume | 5 |
Editora | Carambaia |
Idioma | Português |
ISBN | 978-85-69002-33-8 |
Número de páginas Espectros | 92 |
Número de páginas Um inimigo do povo | 128 |
Número de páginas Hedda Gabler | 116 |
Número de páginas Solness, o construtor | 104 |
Número de páginas Posfácio | 16 |
Peso | 1kg |
Ano de publicação | 2017 |
Acabamento | brochura com luva com serigrafia |
Tiragem | 1.000 |
Valor Econômico - A queda após a conquista da glória, por Eliana Cardoso - 20/04/2018
Zero Hora - Quem é Hedda Gabler?, por Fabio Prikladnicki - 06/02/2018
Estadão - Quatro peças de Henrik Ibsen são lançadas no Brasil, por Antonio Gonçalves Filho - 20/01/2018
Zero Hora - Editora lança novas traduções de quatro peças fundamentais de Henrik Ibsen, por Fabio Prikladnicki - 15/01/2018
Estadão - Ibsen in the box, por João Wady Cury - 07/12/2017
Correio Braziliense - Caixa apresenta novas traduções de quatro peças de Henrik Ibsen, por Severino Francisco - 22/06/2018
Jornal Rascunho - A liberdade na ribalta, por Helena Carnieri - 01/12/2018
A caixa reúne quatro das principais peças do dramaturgo Henrik Ibsen (1828-1906): Espectros (1881), Um inimigo do povo (1882), Hedda Gabler (1890), Solness, o construtor (1892). Os textos, traduzidos do norueguês por Leonardo Pinto Silva, de vigor permanente, integram o repertório de companhias teatrais de todo o mundo e contribuíram para que o autor se tornasse o mais encenado no mundo desde William Shakespeare.
Adaptada cerca de quarenta vezes para o cinema e para a televisão, Hedda Gabler (1890), uma de suas obras-primas, oferece um estudo da psique feminina e suas estratégias ao descrever o projeto de vingança pessoal de uma mulher da alta sociedade. Espectros (1881), que chegou a ser proibida em vários países, trata de temas como a ocorrência de doenças venéreas, filhos bastardos, abuso sexual e até eutanásia no seio de uma família tradicional. Outro texto que despertou polêmica desde a estreia foi Um inimigo do povo (1882), no qual o embate com a sociedade fica ainda mais nítido. Na peça, os habitantes de uma cidade são levados, com a anuência e a participação dos poderes públicos, da imprensa e da elite econômica local, a optar por colocar em risco a saúde de moradores e turistas em troca da preservação de sua principal fonte de renda. Solness, o construtor (1892), escrita na última fase da vida do autor, aborda temas como desejos irrealizados, paixões platônicas e crepusculares, a morte e a impotência.
A Caixa Henrik Ibsen traz cada um dos títulos em volumes separados, num projeto gráfico que segue o modelo dos programas de espetáculos. Um quinto volume contém o posfácio do crítico Aimar Labaki sobre a importância revolucionária do dramaturgo e as montagens desses textos no Brasil.
O autor
Tido como o pai do realismo no teatro moderno, Ibsen foi um dos grandes provocadores da literatura, com um olhar clínico e uma disposição aguerrida de encarar a hipocrisia e os tabus da convivência. Suas peças mostram sucessivas quebras de aparência, revelações incômodas e bruscas mudanças de situações – além de propor discussões de ordem moral.
Henrik Ibsen viveu boa parte da vida adulta longe da Noruega, morando na Itália e na Alemanha durante 27 anos, mas todas as suas obras se passam em seu país natal e foram escritas em norueguês. Nasceu em Skien, cidade portuária na qual seu pai controlava o embarque de madeira. Aos 7 anos, a falência dos negócios e o impacto psicológico sentido pela mãe se refletiram nos assuntos de suas peças, em que são comuns os problemas financeiros e os efeitos desagregadores provocados nas famílias.
Depois de fracassar na tentativa de iniciar estudos de medicina, Ibsen pôde exercitar sua vocação de dramaturgo e encenador ao se encarregar, por cinco anos, da direção artística de um teatro na cidade de Bergen. Nesse período, o autor se dedicava a um projeto romântico-nacionalista que gerou pelo menos uma peça célebre em versos, Peer Gynt (1867). A bancarrota do teatro de Bergen coincidiu com a adoção do veio realista que chamaria atenção além das fronteiras da Noruega. O marco dessa transição foi justamente Casa de bonecas.
Ibsen foi um dos abalos sísmicos que constituíram o grande terremoto trazido pelo modernismo à cultura ocidental. Nas palavras de Aimar Labaki, “para além de uma obra teatral responsável pela fundação do drama moderno, o trabalho de Ibsen criou, na linha de Freud, Darwin, Marx e Einstein, a base do que seria a consciência do homem ocidental no século xx”. É famosa a carta escrita a ele por um jovem James Joyce deslumbrado por suas inovações. E figuras cardeais do teatro do século XX, como George Bernard Shaw e Eugene O’Neill, reconheceram a dívida com Ibsen.
O projeto gráfico
Desenvolvido por Fábio Prata, Flávia Nalon e Gabriela Luchetta, da ps.2 arquitetura + design, o projeto gráfico da edição evoca, na caixa preta, um palco nu, e cada volume recebeu um jato de cor viva, aludindo ao impacto da modernidade das obras de Ibsen. Nos textos, algumas falas ganham destaque em letras grandes, lembrando os momentos de concentração de luzes sobre um ator na ribalta.
Tradução: Leonardo Pinto Silva
Posfácio: Aimar Labaki
Projeto gráfico: ps2.arquitetura + design
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