Descrição

A Morte e a Donzela, um clássico do teatro moderno escrito pelo chileno Ariel Dorfman, é um dos mais contundentes retratos do momento posterior às ditaduras militares da América Latina e suas feridas abertas por mortes e torturas cometidas pelos mecanismos de repressão. Em três atos eletrizantes, narra o encontro entre Paulina, que havia sido torturada e repetidamente estuprada na prisão, com um de seus algozes, o médico que acompanhava e participava das sevícias. Entre os dois está o marido, advogado de direitos humanos que acaba de ser nomeado para integrar a comissão governamental de investigação dos crimes da ditadura chilena.  

A peça tem tradução de Sérgio Molina, introdução de Elie Wiesel – defensor de direitos humanos, sobrevivente do Holocausto e Prêmio Nobel da Paz de 1986 – e posfácio do próprio Dorfman. A Morte e a Donzela teve diversas montagens em todo o mundo. No Brasil, foi encenada em 1993 com direção de José Wilker, tendo Xuxa Lopes, Tony Ramos e Otávio Augusto no elenco. No ano seguinte, Roman Polanski dirigiu a versão cinematográfica com Sigourney Weaver, Ben Kingsley e Stuart Wilson. 

O título A Morte e a Donzela é emprestado do majestoso Quarteto de Cordas nº 14 em Ré Menor de Franz Schubert, a música favorita do médico-torturador, que, numa demonstração de cinismo cruel, era tocada durante as sessões de tortura. A peça musical retorna no momento do reencontro entre vítima e algoz, de maneira quase fortuita. O enredo opera uma engenhosa inversão de papéis, quando Paulina consegue subjugar o médico.  

O pano de fundo é a redemocratização do Chile e a tímida reconstrução histórica do período anterior. Naquele momento, após a eleição do presidente civil Patricio Aylwin, em 1990, Pinochet se mantinha no comando das Forças Armadas, e a elite econômica continuava sendo a mesma que colaborara com a ditadura. As investigações sobre os abusos contra os direitos humanos se encontravam, portanto, dentro de limites estreitos: restringiam-se basicamente aos mortos pela repressão, deixando de lado os que sobreviveram, com profundas cicatrizes físicas e psicológicas, como as deixadas em Paulina. 

É essa a discussão que se estabelece entre ela e o marido, enquanto o médico, em situação de completa vulnerabilidade, aguarda seu destino ser decidido pelas mãos da antiga vítima. Instala-se um julgamento diante da plateia, levada por Dorfman a se posicionar. Ainda que o autor, com isso, tenha escolhido, em termos dramáticos, tomar distância estratégica dos acontecimentos, ele descreve no posfácio a reticência com que o espetáculo foi recebido num país politicamente fraturado – reação que só começou a mudar quando a peça se tornou um êxito internacional. Escrita em 1990, ano da difícil redemocratização chilena, A Morte e a Donzela é a primeira parte de uma trilogia composta ainda pela peça Leitor, adaptada de um conto de sua autoria, e o romance Viúvas, depois levada ao teatro em parceria com Tony Kushner.

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SOBRE A EDIÇÃO  

O volume faz parte da coleção Ilimitada, voltada para autores que ainda não caíram em domínio público e tem tiragem de acordo com a demanda. A capa da edição da CARAMBAIA tem projeto gráfico de Fernanda Ficher e reproduz a tela Hedda Gabler, da série Ibsen, da artista plástica Tatiana Blass. 

Autor(a)

Dorfman nasceu em 1942 em Buenos Aires. Quando ainda bebê sua família se mudou para os Estados Unidos e, em 1954, para o Chile. Estudou e depois deu aulas na Universidade do Chile. Foi assessor cultural do presidente socialista Salvador Allende entre 1970 e 1973, ano do golpe militar que instalou a ditadura pinochetista. Dorfman se exilou nos Estados Unidos, onde deu aulas de literatura e estudos latino-americanos na Duke University. Retornou ao Chile com a redemocratização, em 1990.  

Autor de diversas outras peças, romances e ensaios sobre política e direitos humanos, Dorfman colaborou com organizações como a Anistia Internacional e o Human Rights Watch. Hoje, com sua esposa, divide o tempo entre o Chile e os Estados Unidos.  

Ficha Técnica

Informação Adicional

PDF primeiras páginas Clique aqui para visualizar
Dimensão (cm) 12,5 x 19,8 x 1,5
Peso (g) 206
Ano de Publicação 2022
Número de Páginas 112
Encadernação e Acabamento Capa dura com serigrafia
ISBN 978-65-86398-60-1
Escritor(a) Ariel Dorfman
Tradutor(a) Sergio Molina
Ensaísta(s) Elie Wiesel
Designer Fernanda Ficher
Ilustrador(a) Tatiana Blass (imagem da capa)
Idioma Original Espanhol
tradutor ensaio Sérgio Molina

Saiu na Imprensa

"José Godoy fala sobre A Morte e a Donzela, de Ariel Dorfman. Ele conta que a peça aborda um período pós-ditatura Pinochet e trabalha com três personagens: um casal composto por uma presa política e um advogado dos direitos humanos, e um médico, que participava das torturas do regime."

José Godoy, CBN, 22/04/2022

“Construída em três atos, de que participam três personagens – Paulina Salas, Gerardo Escobar e Roberto Miranda –, a peça narra o encontro de uma mulher com o homem que a torturou.”

Rita Palmeira, site da livraria Megafauna, 01/05/2022

“É perigoso ficar preso ao passado, diz Ariel Dorfman, autor de A Morte e a Donzela”

Ubiratan Brasil, E Estado de S. Paulo, 16/04/2022

"Agora, o texto de Dorfman ganha uma bela edição pela Carambaia, com tradução de Sérgio Molina. Além disso, volume conta com uma introdução de Elie Wiesel – defensor de direitos humanos, sobrevivente do Holocausto e Prêmio Nobel da Paz de 1986 – e um posfácio do próprio Dorfman."

Redação Plural.jor.br, Plural Curitiba, 09/04/2022

 

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