Descrição

Até recentemente, toda vez que se aproximava o anúncio de um prêmio Nobel de Literatura, o nome de Dubravka Ugrešić era citado. A escritora, nascida em Kutina, atual Croácia, chegou ao topo da lista dos prováveis ganhadores nas casas de apostas às vésperas de sua morte repentina, em Amsterdã, em março de 2023. O Museu da Rendição Incondicional é o principal livro de Dubravka Ugrešić (pronuncia-se “Úgrechitch”), que, apesar de ter conquistado alguns dos principais prêmios literários mundiais, ainda permanecia inédita no Brasil. 

O romance se inicia com a descrição de uma série de objetos insólitos encontrada no estômago de Roland, uma morsa que faleceu em 1961 no Zoológico de Berlim: um isqueiro cor-de-rosa, quatro palitos de sorvete, um broche em formato de poodle… A exposição desse curioso inventário é uma forma de apresentar o próprio livro — uma coleção de fragmentos, lembranças, anedotas e episódios dispersos, que aos poucos estabelecem relações entre si. Um romance extremamente original, que aborda temas como arte, história, envelhecimento, relações amorosas e familiares e perdas. 

Alternando entre o cômico, o melancólico e o mordaz, O Museu da Rendição Incondicional traz um mosaico de histórias habilmente costuradas em diferentes formas e registros literários. Uma mãe que vive em Zagreb durante a guerra mantém um diário e pensa na filha, que se mudou para Berlim. Esta, por sua vez, revê álbuns de fotografia antigos e imagina a fuga da mãe da Bulgária para a Iugoslávia meio século antes. Um grupo de amigas vive, cada uma à sua maneira, uma visita inusitada. Um encontro amoroso em Lisboa. Tudo isso entremeado a ensaios sobre arte e literatura, conversas com intelectuais, amizades distanciadas por razões políticas, cartas e relatos da guerra da Iugoslávia. 

Assim como a narradora, Dubravka Ugrešić nasceu na ex-Iugoslávia, de mãe búlgara e pai croata. No início da década de 1990, com a deflagração da guerra nos Bálcãs, suas declarações públicas contra o conflito, criticando firmemente o nacionalismo croata e sérvio, tornaram-na alvo de ataques difamatórios por parte de jornalistas, políticos e até outros escritores. A ponto de ela ter de deixar o país. “Com um passaporte croata, deixei minha pátria recém-criada e a antiga desmantelada… Tornei-me representante literária de um entorno que não me queria. Eu também não queria o entorno que me rejeitou, não acredito em amor sem reciprocidade”, declarou ela em uma entrevista. Recusando sempre a identificação como croata, e se dizendo uma escritora “transnacional” ou “pós-nacional”, viveu em vários países da Europa e nos Estados Unidos. Lecionou em universidades como Harvard, UCLA, Columbia e Universidade Livre de Berlim e fixou residência em Amsterdã, na Holanda, onde faleceu, em 2023. 

O Museu da Rendição Incondicional, escrito em 1996 numa língua que ainda se denominava servo-croata e era o idioma mais falado na ex-Iugoslávia, foi traduzido diretamente do original por Aleksandar Jovanović, professor da Universidade de São Paulo. Esta edição conta ainda com um ensaio de Mercedes Monmany, crítica literária, escritora, tradutora e ensaísta de Barcelona, premiada e reconhecida por sua pesquisa ligada à literatura do exílio. No texto, Mercedes Monmany considera o romance como “um livro de beleza perturbadora, impactante, nada convencional, que comove sobretudo pelo enorme, devastador e infinito catálogo de rastros de vida, de fronteiras apagadas, de exílios, que uma multidão planetária composta por personagens – nada mais que fantasmas de romances um dia começados – arrasta consigo pelos caminhos do mundo”. 

A escrita de Dubravka Ugrešić era admirada por muitos críticos e escritores. Sobre ela, Susan Sontag escreveu: “Uma combinação brilhante e envolvente de narrativa com reflexões produzidas em alta velocidade... Ugrešić é uma escritora a ser observada, uma autora que merece ser celebrada”. Para Charles Simic, poeta e editor da The Paris Review, “Dubravka Ugrešić é a filósofa do mal-estar e do exílio, a narradora de existências dilaceradas pelas guerras na ex-Iugoslávia... Originalíssima, elegante e muito inteligente.” 

Dubravka Ugrešic publicou vários romances e volumes de ensaios traduzidos em mais de trinta idiomas. Entre eles, destacam-se O Museu da Rendição Incondicional, Ministério da Dor, Favor não ler e Idade da pele. Conquistou diversas distinções literárias importantes, como o Prêmio Literário Internacional Neustadt de 2016, o Prêmio Estatal Austríaco de Literatura Europeia de 1998, o Prêmio de Ensaio Jean Améry em 2012 e, em 2009, foi selecionada para o Man Booker International Prize pelo conjunto da obra.

 


SOBRE A EDIÇÃO  

Com capa desenhada por Oga Mendonça, a edição é encadernada em capa dura laminada. O livro tem tradução direta do servo-croata por Aleksandar Jovanović.

Conta com posfácio da renomada ensaísta e crítica literária catalã Mercedes Monmany, traduzido do espanhol por Silvia Massimini Felix.

 

 

Autor(a)

Dubravka Ugrešic (1949-2023) nasceu em Kutina, na ex-Iugoslávia, atual Croácia. Formada em Literatura Russa e Comparada, trabalhou durante vários anos no Instituto de Teoria Literária da Universidade de Zagreb, com uma carreira paralela como ensaísta e escritora. Em 1991, com a deflagração da guerra nos Bálcãs, suas declarações públicas contra o conflito, criticando firmemente o nacionalismo croata e sérvio, tornaram-na alvo de ataques difamatórios por parte de jornalistas, políticos e até outros escritores. Em 1993, ela deixou definitivamente a ex-Iugoslávia e, recusando identificar-se como croata, e se dizendo uma escritora “transnacional” ou “pós-nacional”, viveu em vários países da Europa e nos Estados Unidos. Lecionou em universidades como Harvard, UCLA, Columbia e Universidade Livre de Berlim e fixou residência em Amsterdã, na Holanda, onde faleceu, em 2023. 

É autora de vários romances e volumes de ensaios traduzidos em mais de trinta idiomas. Entre eles, destacam-se O Museu da Rendição Incondicional, Ministério da Dor, Favor não ler e Idade da pele. Conquistou diversas distinções literárias importantes, como o Prêmio Literário Internacional Neustadt de 2016 (considerado o Nobel de Literatura dos Estados Unidos), o Prêmio Estadual Austríaco de Literatura Europeia de 1998, o Prêmio de Ensaio Jean Améry em 2012, concedido por sua obra ensaística como um todo, e, em 2009, foi selecionada para o Man Booker International Prize pelo conjunto de sua obra.

  

Mercedes Monmany (Barcelona, 1957) é crítica literária, escritora, tradutora e ensaísta. Entre os livros de sua autoria, destacam-se Por las fronteras de Europa: un viaje por la narrativa de los siglos XX y XXI e Sin Tiempo Para El Adios - Exiliados y emigrados en la literatura del siglo xx. Traduziu autores como Leonardo Sciascia, Attilio Bertolucci, Francis Ponge, Valerio Magrelli e Philippe Jaccottet. Como crítica literária, publica nos principais jornais e revistas da Espanha. Foi condecorada como Chevalier des Arts et des Lettres da França, Cavaliere dell’Ordine della Stella da Itália e recebeu a Medalha de Ouro da Sérvia.

Ficha Técnica

Informação Adicional

PDF primeiras páginas N/A
Dimensão (cm) 14,5 x 23 x 2,4
Peso (g) 480
Ano de Publicação 2025
Número de Páginas 304
Encadernação e Acabamento Capa dura
ISBN 978-65-5461-088-9
Escritor(a) Dubravka Ugrešić
Tradutor(a) Aleksandar Jovanović
Ensaísta(s) Mercedes Monmany
Designer Oga Mendonça
Ilustrador(a) Oga Mendonça
Idioma Original Servo-croata
tradutor ensaio Silvia Massimini Felix

Saiu na Imprensa

“Uma combinação brilhante e envolvente de narrativa com reflexões produzidas em alta velocidade… Ugrešić é uma escritora a ser observada, uma autora que merece ser celebrada.”

 – Susan Sontag

 

“Dubravka Ugrešić é a filósofa do mal-estar e do exílio, a narradora de existências dilaceradas pelas guerras na ex-Iugoslávia... Originalíssima, elegante e muito inteligente.”

– Charles Simic, poeta e editor da The Paris Review

           

“Como Nabokov, Ugrešić afirma que nossa aptidão para lembrar [de coisas, pessoas, fatos] é o que nos permite resgatar nossa identidade de seres morais, capazes de sentir compaixão.”

– John Balaban, Washington Post

 

“Ugrešić deve ser incluída entre o que Jacques Maritain chamou de sonhadores da verdade; ela nos atrai para o sonho.”

– Richard Eder, New York Times

 

“Dubravka Ugrešić é perspicaz, engraçada e destemida… Orwell aprovaria.”

Times Literary Supplement

 

“Ugrešić investiga profundamente a vida de seus personagens... tornando esta obra de feições muralísticas ainda mais comovente”.

Publishers Weekly

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